Publication Date: 16/12/2025

Professor at the University of Madeira gives lecture on Engineering versus Citizenship

Liceu Jaime Moniz convida ex-aluna, atualmente docente da Universidade da Madeira, para ministrar palestra sobre a Engenharia versus a Cidadania

No dia 13 de novembro, Deesy Gomes Pinto Correia, Docente Auxiliar Convidada do Departamento de Engenharia Civil e Geologia da Faculdade de Ciências Exatas e da Engenharia da Universidade da Madeira, deslocou-se ao Liceu Jaime Moniz para atender ao convite da sua ex-professora de físico-química, Susana Vieira, que a desafiou a preparar e dinamizar a conferência “Engenharia e Cidadania”. A sessão foi dirigida aos alunos das turmas de Engenharia do 10.º e 11.º anos, no âmbito do Projeto de Cidadania e Desenvolvimento da Turma 1 do 11.º ano.
Durante a apresentação, a docente destacou o papel essencial da cidadania na engenharia do século XXI — desde a sustentabilidade à democracia, passando pelos direitos humanos e pela literacia financeira. Partilhou também o seu percurso académico e profissional, referindo diversas tarefas em que participou desde a conclusão da licenciatura (2005) até à atualidade, somando 20 anos de experiência.
Nas últimas duas décadas, atuou em áreas como: desenvolvimento de materiais avançados para construção civil e indústria metalúrgica; manufatura de compósitos poliméricos reforçados com fibras naturais, sintéticas ou nanopartículas inorgânicas; desenvolvimento de betões refratários; e estudos sobre sustentabilidade e eficiência energética de edifícios. Participou em projetos relevantes, incluindo um pós-doutoramento (bolsa FCT, 2013–2015) na Universidade de Coimbra, onde otimizou nanocompósitos epoxídicos reforçados com nanoalumina, e o projeto ECOFIBRAS (2018–2019) na Universidade da Madeira (CQM), dedicado à valorização de fibras naturais para aplicações industriais e construção. Atualmente, está envolvida na aplicação de machine learning para prever propriedades termomecânicas de materiais compósitos para construção civil.
Relativamente à sua atuação na sociedade civil, a docente exemplificou a sua contribuição em pedidos do Tribunal da Relação de Lisboa, integrando equipas de peritos independentes para avaliar e apresentar pareceres técnicos em processos de expropriação de terrenos afetos a obras públicas. Mostrou também casos em que coordenou tecnicamente projetos de construção e reabilitação. No passado, exerceu funções como projetista de redes técnicas — gás, abastecimento de água potável, redes de águas residuais e pluviais — e realizou estudos térmicos e acústicos de moradias unifamiliares (na RAM e no Continente). Quando necessário, avalia estágios para admissão de membros na Ordem dos Engenheiros e na Ordem dos Engenheiros Técnicos, sendo membro Sénior da OE e membro efetivo da OET.
Todas as informações partilhadas evidenciaram que os engenheiros podem desenvolver atividades com sentido de responsabilidade social e compromisso com a comunidade. A promoção da sustentabilidade na construção, a transferência de conhecimento científico para a indústria, a formação de futuros engenheiros e a participação em processos de arbitragem que garantem justiça e equidade refletem uma atuação que vai além da esfera técnica, contribuindo para uma sociedade mais informada, justa e sustentável. Este percurso demonstra que a engenharia pode e deve ser um instrumento de cidadania ativa, capaz de gerar impacto positivo no desenvolvimento económico, social e ambiental. Finalmente, a docente esclareceu várias dúvidas, orientando os futuros candidatos a engenheiros.