Data de publicação: 20/10/2025

Exposição e conferência de abertura: Fio de Ariadne - Os Labirintos do Mar

Exposição coletiva de Artes Visuais
Fio de Ariadne – Os labirintos do Mar
Fernando Quintas Ÿ   João Paulo Carneiro Ÿ  Gonçalo Ferreira de Gouveia

Museu da Baleia da Madeira – Sala de Exposições Temporárias – Caniçal

20 de outubro de 2025 a 5 de janeiro de 2026

Sessão de abertura: Conferência: Os Labirintos da Memória – Dr. Diogo Goes
Auditório do Museu da Baleia - 20 de outubro de 2025 – 18:00

Em 1989 a então Escola de Belas Artes de Lisboa decidiu abrir uma galeria de exposições temporárias, realocando para o efeito uma sala anexa ao pátio principal do antigo convento seiscentista que ocupava, havia mais de um século. O propósito desta galeria era, à partida, ser um instrumento privilegiado para divulgação do trabalho de estudantes e docentes. Três estudantes da Escola, Fernando Quintas, João Paulo Carneiro, e Gonçalo Ferreira de Gouveia, este último madeirense, voluntariaram-se para assegurar a exposição inaugural nesse novo espaço, designando-a: O Fio de Ariadne. Mais do que uma mostra de pintura e escultura, ou um ato de afirmação artística, esta mostra constituiu uma tomada de posição sobre o direito à prossecução de vias criativas que não se conformavam com novos receituários vigentes, entendidos como modos sub-reptícios de condicionamento cultural que formalmente não existiam, mas, por vias travessas, se impunham. Trinta e seis anos passados, os mesmos três intervenientes, entretanto separados pelo Atlântico, decidiram voltar a reunir-se e reeditar O Fio de Ariadne, promovendo uma nova exposição, agora em contexto insular e tomando o mar, precisamente, como tema maior e metáfora dos labirintos entretanto percorridos e agora a enfrentar. Para um adequado enquadramento da temática proposta, impôs-se encontrar um espaço que não apenas acolhesse a exposição, mas, em simultâneo, congregasse as múltiplas memórias que nos ofereceram as sucessivas experiências e vivências do mar que nos rodeia. O Museu da Baleia da Madeira, é, precisamente, por vocação e empenho sustentados, a instituição que cumpre esse digno e muito necessário papel, e, efetivamente, acedeu amavelmente acolher este evento. Os três estudantes desses dias já longínquos integram hoje o outro termo da equação: cumprem a tarefa de auxiliar mais jovens do que eles a encontrar o seu caminho nos labirintos da criação, e o Fio de Ariadne – Os Labirintos do Mar, constitui um apelo, discreto, embora polifónico, ao inalienável dever de os ensinar que antes de traçar os destinos certos é necessário determinar quais as rotas justas, como sempre o souberam os homens do mar.

A exposição, que conta com o patrocínio da Escola de Belas Artes de Lisboa; da Unidade de Investigação Vicarte, envolvendo ainda a Universidade Sénior de Oeiras e a Universidade da Madeira, estará patente na Sala de Exposições Temporárias do Museu da Baleia da Madeira, situado no Caniçal, instituição museológica tutelada pela Câmara Municipal de Machico, e cuja vocação melhor enquadra esta iniciativa, tendo disponibilizado o seu espaço e a amável colaboração, ocorrendo a sessão de abertura no próximo dia 20 de outubro, às 18 horas, incluindo-se uma conferência proferida pelo Dr. Diogo Goes, Artista Plástico e Docente e Diretor do Departamento de Ciências Humanas e Ciências Sociais no Instituto Superior de Administração e Línguas, com o tema Os Labirintos da Memória, aberta a todos os interessados, decorrendo até o dia 5 de janeiro de 2026.

Fernando Quintas é artista plástico e Professor Auxiliar na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Possui uma licenciatura e doutoramento em Pintura pela FBAUL, especializando-se posteriormente em Vidro e Mosaico. Desde 1989 tem realizado várias exposições individuais e coletivas, em Portugal e no exterior, tendo recebido prémios e distinções em pintura e desenho. Participou em formações e workshops sobre a arte do vidro e do mosaico (Corning, EUA e Veneza, entre outros), tendo apresentado os resultados das suas experiências de investigação teórico-prática em palestras e conferências em Portugal, França, Itália, Alemanha, Reino Unido, Grécia e Tunísia. Fez parte da comissão científica e organização de diversas conferências, nacionais e internacionais. É um dos membros fundadores da Unidade de Investigação Vicarte “Vidro e Cerâmica para as Artes” e foi presidente da APV, Associação Portuguesa do Vidro, de 2006 a 2009. Concebe e realiza em vidro, desde 2017, a escultura-troféu do prémio anual da APOM, Associação Portuguesa de Museologia.

João Paulo Carneiro nasceu em Nampula, Moçambique em 1954. Desenvolveu atividade no âmbito do design de comunicação como Técnico Superior. Em 1986-87, frequentou o curso de desenho modelo na Sociedade Nacional de Belas Artes sob a direção do pintor Sá Nogueira. Em 1989, cursou serigrafia na Cooperativa de Gravadores Portugueses, orientado pelo Mestre José Júlio. Em 1993, frequentou o Workshop de gravura na Academia de Artes Visuais de Macau, orientado por David Almeida. Em 1992-94, cursou gravura na Academia de Artes Visuais de Macau sob a orientação do professor James Wong. Em 2003 , licenciou-se em Pintura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa. De 2014 até à atualidade, foi Professor de Desenho, Pintura e Comunicação Visual, Projeto nas disciplinas de “Arte em Movimento” e “Expressão pela Arte – Projeto” na USO. De 2014 a 2020, foi Professor de Expressão Motora e Criativa no âmbito das artes plásticas destinadas a crianças autistas. Em 2019 participou no Projeto Erasmus+ KA2“Your Treasure – Our Treasure”, envolvendo a Hungria, Espanha, Grécia, Eslovénia, e Portugal. Em 2021, integrou o Projeto Erasmus+KA2 “Sustrader”, envolvendo aLituania, Roménia, Espanha, Portugal.

Gonçalo Ferreira de Gouveia nasceu no Funchal em 1968. Cursou Escultura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa entre 1986 e 1990. Obteve o National Diploma in Fine Arts / Printmaking pelo Crawford College in Art and Design (Irl.) em 1991. Licenciou-se em Artes Plásticas / Escultura pelo Instituto Superior de Arte e Design, no Funchal em 1992. Docente do Ensino Superior Artístico desde 1993, no ISAD, ingressou na Universidade da Madeira em 1998, no então Departamento de Arte e Design. Doutorou-se em Ciências da Arte em 2006. Integra atualmente o Departamento de Informática e Design de Media Interativos da Faculdade de Ciências Exatas e da Engenharia da UMa. Expõe desde 1989, destacando-se as exposições individuais de pintura integradas nos Ciclos realizados na RAM, “Insulana”, em 2014, e “Em Louvor d’Orfeu”, em 2015-16, ciclos que focavam temas ligados à cultura e identidade insulares, e ainda “Balada do Arpoador”, em 2017-18, “Partilhas Francas”, em 2021, e “Cinco Sentidos”, em 2022. No campo da ilustração, destacam-se o volume de poesia de imagem digital “Poema Circular”, e o vídeo “Sensos”, em colaboração com Idalina Sardinha, em 1998 e 2004, respetivamente, e os volumes “Tesouros da Ilha”, com texto de Luísa Paolinelli e coordenação científica de Cristina Trindade, em 2017, e “Diário de Uma Aventura no Portugal Católico”, com texto de Luísa Paolinelli e Cristina Trindade, em 2018.